A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde inicia treinamentos em controle social de políticas públicas de saúde
Com o objetivo de incentivar e qualificar a atuação das lideranças das religiões de matrizes africanas nos espaços de controle social, a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde iniciou uma série de treinamentos em políticas públicas de DST/HIV/Aids com apoio d0 UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas).
Os treinamentos surgiram à partir das propostas e recomendações das lideranças de terreiros durante o I Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e a Epidemia de HIV/Aids: desafios e perspectivas (Belém, 2007), realizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde em parceria com o Instituto Ori-Aperê. O evento contou com apoio da Secretaria Estadual de Saúde do Pará, do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
Nos treinamentos serão discutidos temas como:
o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DST
o Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e outras DST entre Gays, HSH (homens que fazem sexo com homens) e travestis
o Programa Estratégico População Negra e Aids, a inserção da discussão sobre saúde sexual e reprodutiva entre os homens de terreiro, as questões religiosas no enfrentamento da epidemia de HIV e aids e a importância da participação das lideranças dos terreiros no controle social de políticas públicas de saúde.
A primeira fase dos treinamentos envolve as seguintes cidades: Belém, Fortaleza, Manaus. Na segunda fase serão realizadas capacitações nas cidades de Maceió, Natal, Porto Alegre e Vitória.
A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde foi criada em março de 2003 durante o II Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (São Luis, MA). Trata-se de uma instância de articulação da sociedade civil que envolve adeptos da tradição religiosa afro-brasileira, gestores e profissionais de saúde, integrantes de organizações não governamentais, pesquisadores e lideranças do movimento negro, de mulheres e outras expressões dos movimentos sociais.
Conta com 24 núcleos em todo o país e tem como objetivos: lutar pelo direito humano à saúde, valorizar e potencializar o saber dos terreiros em relação à saúde. Também visa propor, monitorar e intervir nas políticas públicas de saúde, exercendo controle social, além de combater o racismo, o sexismo, a homofobia e todas as formas de intolerância. Foi um dos atores estratégicos no processo de formulação e aprovação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Outra meta da Rede é legitimar as lideranças dos terreiros enquanto detentores de saberes e poderes para exigir das autoridades locais um atendimento de qualidade, onde a cultura do terreiro seja reconhecida e respeitada. Busca, ainda, estabelecer o diálogo entre os adeptos da tradição religiosa afro-brasileira, os gestores e profissionais de saúde e os conselheiros de saúde na implementação de ações de consolidação e politização do SUS, promoção da saúde integral e da saúde sexual e reprodutiva, em especial.
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