terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Rede se despede do compaheiro de luta Sérgio de Abreu

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde se despede do nosso companheiro de luta e amigo Sérgio de Abreu Santos que deixou o Ayê e foi para o Orum encontrar seus e nossos ancestres.


Sérgio que era associado do GVTR, era membro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e dirigia maestrinamente a OBRAF - Organização Brasileira de Apoio Filantrópico e o Instituto Vida Nova, do qual sou Conselheiro. Era ainda membro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com Aids e um dos maiores questionadores da dinâmica instaurada na resposta brasileira á epidemia de aids. Com esse todo este curriculu, resta dizer que perdemos todos, parceiros, companheiros de trabalho amigos pessoais. Perdeu Suzano, perdeu São Paulo e perdeu o Brasil.

Seria ele o relator do IV Seminário Paulista da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde em Piracicaba e só não foi porque optou por escrever na quinta, sua carta de despedida, ecusando-se a pegar a estrada, para assim atender as recomendações médicas. Ontem, uma parada respitória roubou-nos o nosso amigo.

Sérgio para além de relator dos principais eventos do país, foi um grande apoiador á processos e pessoas. Carregou o GVTR nas costas durante muito tempo, muitas vezes financiando a partir da OBRAF, os processos de capacitação de lideranças religiosas para prevenção de hiv/aids e congêneres. Deixou David, seu braço direito para coordenar a caminhada que nos levará a vivenciar, ao menos parte de seus sonhos.

Era de Oxalufã, orixá ligado á criação do mundo, pai da maioria dos deuses africanos cultuados no Brasil. Estar afastado do Terreiro, em média de dez anos, não foi critério portanto, para que seu sepultamento fosse coroado com uma linda tempestade, que alterou toda a rotina da cidade, mas não nos impediu de chegar para fazer parte de seus rituais fúnebres. Não bastasse isso, o sol que se abriu depois da singela cerimônia fúnebre, foi a certeza e que ele seguiu seu caminho, para o encontro com seus ancestrais.

Obrigado Iyá Cristina, Obrigado Ogã Valter por me acompanharem em mais este momento de nossas vidas!

Fico triste por perder um dos meus melhores amigos, mas fico feliz por ver o Terreiro manifestar sua solidariedade em um momento tão sublime.

Babalorixá Celso Ricardo de OxaguiánRede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde - Estado de SP

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